A mãe suficientemente boa

Você já ouviu falar sobre a mãe suficientemente boa?

Winnicott liberta as mães de serem perfeitas; o que ele diz da mãe suficientemente boa é que é aquela mãe que cuida, que tem amor, que dá carinho, mas que também erra. Se ela for perfeita, se ela não for suficientemente boa, logo, ela não vai deixar espaço para a criança para o bebê se colocar.

Mãe suficientemente boa

Mães perfeitas, filhos doentes

Então, aquela mãe que já sabe antes de começar a fazer frio, que o bebê vai sentir frio e coloca o casaco no bebê sempre, não vai permitir, não vai dar espaço para o bebê entender qual é a sensação de sentir frio e conseguir se colocar. E conseguir falar: Ei, tô com frio. Quero um casaco!

O que acontecerá quando este bebê, já criança ou adulto, não tiver a mãe por perto para prever que ele sentirá frio? Só há um jeito de aprender o que fazer quando temos frio, que é justamente passar pela sensação de desconforto térmico e aprender como resolvê-la. Certamente as mães se sentirão culpadas por não prever todos os desconfortos dos filhos… Mas e se entendermos que é saudável errar? É uma libertação, certo?

Mães imperfeitas, filhos sadios

Então é importante que a gente erre, é importante que a gente se esqueça, pois apenas desta forma o bebê terá a chance de reclamar, ou de pedir que algo seja feito. E como o bebê se comunica? Muitas vezes acreditamos que precisamos falar para nos comunicarmos com o mundo. Os bebês usam a linguagem corporal para isso. É através dos movimentos do bebê que a mãe ou o cuidador vão tentar interpretar o que ele quer. Deixar que o bebê descubra como se comunicar é muito importante para que ele seja um adulto saudável.

Podemos dizer a mesma coisa sobre a sensação de fome. Se a gente adivinhar, antes do bebê começar a sentir fome, que ele vai ter fome, ele não vai saber como é a sensação de ter fome. E ele não vai saber pedir para comer. O bebê precisa sentir fome, entender que tem fome e descobrir como comunicar esta sensação para a pessoa que está com ele. Veja que fantástico! Quantas habilidades este bebê precisará desenvolver que serão importantes para o futuro?

Por isso dizemos que Winnicott liberta as mães de serem perfeitas, uma vez que, para ele, a mãe perfeita é justamente a mãe que não é perfeita.

Sobre Winnicott:

Donald Woods Winnicott foi um renomado pediatra e psicanalista inglês, que estudou profundamente a delicada relação mãe-bebê e suas consequências para a formação psíquica da criança. Nasceu em 1896, serviu na primeira guerra como médico. Depois da guerra, trabalhou cerca de 40 anos no Paddington Green Hospital for Children, em Londres, atuando como pediatra, psiquiatra infantil e psicanalista.

Morreu em 1971, aos 74 anos. Hoje, é referência na área de psicopedagogia, pois suas observações, palestras e seminários, ajudam a entender o desenvolvimento infantil.

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